O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL

em 17 de dezembro de 2019

(Gnose para Poucos: A Nota Síntese)


O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL


"É claro que este é um evento maravilhoso, sobre o qual urge meditar profundamente...

O Sol realiza a cada ano uma viagem elíptica que começa no dia 25 de dezembro, e então regressa ao polo sul, até a região da Antártida; exatamente por isto vale a pena refletirmos em seu significado profundo. Nesta época começa o frio aqui no Norte, devido exatamente ao fato de que o Sol vai se afastando para as regiões austrais e, no dia 24 de dezembro, terá atingido o ponto máximo de sua viagem na direção sul. Se o Sol não avançasse rumo ao norte do dia 25 de dezembro em diante, morreríamos de frio. A Terra inteira se converteria em um bloco de gelo e realmente pereceriam todas as criaturas, tudo o que tem vida.

Assim, vale a pena refletir sobre o acontecimento do Natal. O Cristo-Sol deve avançar para dar-nos vida, e, no equinócio da Primavera, se crucifica na Terra; então amadurecem a uva e o trigo.

É precisamente na Primavera que o Senhor deve passar por sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar; a Semana Santa é na Primavera no Hemisfério Norte.

O Sol físico nada mais é que um símbolo do Sol Espiritual, do Cristo-Sol. Quando os antigos adoravam o Sol, quando lhe rendiam culto, não se referiam exatamente ao Sol físico; rendia-se culto ao Sol Espiritual, ao Sol da Meia-Noite, ao Cristo-Sol. Inquestionavelmente, é o Cristo-Sol quem deve guiar-nos nos Mundos Superiores de Consciência Cósmica. Todo místico que aprende a funcionar fora do corpo físico à vontade é guiado pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo Cósmico.

É preciso aprender a conhecer os movimentos simbólicos do Sol da Meia-Noite; é ele quem guia o Iniciado, quem nos orienta, ele é que nos indica o que devemos e não devemos fazer. Estou falando no sentido esotérico mais profundo, levando em conta que todo iniciado sabe sair do corpo físico à vontade, que isto de não saber sair à vontade é próprio de principiantes, gente que ainda está dando os primeiros passos nesses estudos. Se alguém está na Senda, tem que saber guiar-se pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo-Sol, aprender a reconhecer seus sinais, seus movimentos. Se o vemos, por exemplo, desaparecer no ocaso, o que é que isto nos indica? Simplesmente que algo deve morrer em nós. Se o vemos surgir do Oriente, o que é que isto nos diz? Que alguma coisa deve nascer em nós.

Quando nos saímos bem nas provas esotéricas, ele brilha em sua plenitude no horizonte. O Senhor nos orienta nos Mundos Superiores, e temos que aprender a reconhecer seus sinais.
Dupuis e muitos outros estudaram o maravilhoso acontecimento do Natal; não há dúvida, e isto o reconhece Dupuis, de que todas as religiões da antiguidade celebraram o Natal.

Assim como o Sol físico avança para o norte para dar vida a toda a criação, também o Sol da Meia-Noite, o Sol do Espírito, o Cristo-Sol, nos dá vida se aprendemos a cumprir com seus mandamentos. Nas Sagradas Escrituras se fala, obviamente, do acontecimento solar, e há que saber entender isto nas entrelinhas. A cada ano se vive no Macrocosmos todo o Drama Cósmico do Sol; cada ano, repito. Leve-se em conta que o Cristo-Sol deve crucificar-se cada ano no mundo, viver todo o drama de sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar em tudo o que é, foi e será, quer dizer, em toda a criação. Assim, pois, é como todos nós recebemos a vida do Cristo-Sol. Também é certo que cada ano o Sol, ao afastar-se para a região Austral, nos deixa tristes aqui no norte, pois vai dar vida a outras partes. As noites longas de inverno são fortes. Na época do Natal os dias são curtos e as noites longas.

Vamos refletindo sobre tudo isto, e convém que entendamos o que é o Drama Cósmico. É necessário que também em nós nasça o Cristo-Sol, ele deve nascer em nós. Nas Sagradas Escrituras se fala claramente de Belém e de um estábulo onde ele nasce; esse estábulo de Belém está dentro de cada um aqui e agora; precisamente nesse estábulo interior moram os animais do desejo, todos esses "eus " passionais que carregamos em nossa psique, isto é óbvio. "Belém" mesmo é um nome esotérico; nos tempos em que o grande Kabir veio ao mundo, a aldeia de Belém não existia, de modo que isto é inteiramente simbólico. Bel é uma raiz caldéia que significa Torre do Fogo, de modo que, propriamente dito, Belém é Torre do Fogo. Quem poderia ignorar que Bel é um termo caldeu que corresponde precisamente à Torre de Bel, à Torre do Fogo? Assim, o termo Belém é totalmente simbólico.

Quando o Iniciado trabalha com o Fogo Sagrado, quando elimina completamente de sua natureza íntima os agregados psíquicos, quando de verdade está realizando a Grande Obra, indubitavelmente há de passar pela Iniciação Venusta; a descida do Cristo ao coração do homem é um acontecimento cósmico e humano de grande transcendência; tal evento corresponde na verdade à Iniciação Venusta. Infelizmente, não se compreendeu realmente o que é o Cristo; muitos supõem que o Cristo foi exclusivamente Jesus de Nazaré, e estão equivocados. Jesus de Nazaré, como homem - ou, melhor dizendo, Jeshuá Ben Pandirá - recebeu, como homem, a Iniciação Venusta, encarnou o Cristo, mas não é o único a ter recebido tal Iniciação. Hermes Trimegisto, o três vezes grande Deus Íbis de Thot, também o encarnou. João Batista, a quem muitos consideravam como o Christus, o Ungido, inquestionavelmente recebeu a Iniciação Venusta, encarnou-o. Os Gnósticos Batistas asseguravam na Terra Santa que o verdadeiro Messias era João, e que Jesus era somente um Iniciado que havia querido seguir a João. Havia naquela época disputas entre Batistas, Gnósticos, Essênios e outros.

Devemos entender o Cristo tal qual é, não como uma pessoa, como um indivíduo. O Cristo está mais além da Personalidade, do Eu e da Individualidade. Cristo em esoterismo autêntico é o Logos, o Logos Solar representado pelo Sol. Agora compreenderemos porque os Incas adoravam o Sol, os Nahuas lhe rendiam culto, os Maias, os Egípcios, etc. Não se trata da adoração a um sol físico, mas ao que se oculta atrás deste símbolo físico; obviamente, adorava-se o Logos Solar, o Segundo Logos. Este Logos Solar é unidade múltipla perfeita. A variedade é unidade. No mundo do Cristo Cósmico a individualidade separada não existe; no Senhor somos todos um...

Me vem à memória certa experiência, digamos, esotérica, realizada há muitos anos. Então, submergido em profunda meditação, obtive certamente o Samadhi, o estado de Mantéia, o Êxtase, como é chamado no esoterismo ocidental. Naquela ocasião eu desejava saber algo sobre o batismo de Jesus, o Cristo, pois bem sabemos que João o batizou. Foi profundo o estado de abstração, obtive o perfeito Dharana, ou seja, concentração, o Dhyana, ou meditação, e por fim consegui o Samadhi; me atreveria a dizer que foi um Maha-Samadhi, porque abandonei perfeitamente os corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e até o Átmico. Consegui, pois, reabsorver minha consciência de forma íntegra no Logos. Assim, nesse estado logoico, como um Dragão de Sabedoria, fiz a correspondente investigação. De imediato me vi na Terra Santa, dentro de um templo; mas, coisa extraordinária, vi a mim mesmo convertido em João Batista, com uma vestimenta sagrada; vi quando traziam a Jesus com sua veste branca, sua túnica branca.

Dirigindo-me a Ele, disse: "Jesus, despe tua túnica, tua vestimenta, pois vou batizar-te". Depois retirei de um recipiente um pouco de azeite de oliva, conduzi-o ao interior do Santuário, ungi-o com o óleo, despejei água sobre Ele e recitei os mantrans e ritos. Depois, o Mestre se sentou em sua cadeira à parte; eu guardei tudo novamente, pus os objetos em seus lugares e dei por terminada a cerimônia. Mas vi-me transformado em João!

É claro que, uma vez passado o Êxtase, o Samadhi, pensei: "Mas como é possível que eu seja João Batista? Nem remotamente, eu não sou João Batista! Fiquei bastante perplexo e pensei: "Vou fazer agora outra concentração, mas agora não vou me concentrar em João, vou concentrar-me em Jesus de Nazaré". Então escolhi como motivo da concentração o Grande Mestre Jesus. O trabalho foi longo e árduo, a concentração foi se fazendo cada vez mais profunda; logo passei do Dharana - concentração, ao Dhyana - meditação, e deste ao Sammadhi, ou Êxtase. Fiz um esforço supremo que me permitiu despir-me dos corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e Átmico até introverter minha consciência, absorvendo-a no mundo do Logos Solar, e, em tal estado, querendo saber sobre o Cristo Jesus, me vi a mim mesmo convertido em Cristo Jesus, fazendo milagres e maravilhas na Terra Santa, curando os enfermos, dando vista aos cegos, etc., e, por último, me vi vestido com as vestes sagradas chegando ante João naquele Templo. Então João se dirigiu a mim e disse: "Jesus, retira tua vestimenta, pois vou batizar-te". Trocaram-se os papéis, já não me vi transformado em João mas em Jesus, e recebi o batismo de João.

Passado o Samadhi, regressando ao corpo físico, vim a constatar perfeitamente, com toda a clareza, que no mundo do Cristo Cósmico somos todos um. Se eu tivesse querido meditar em qualquer um de vocês, lá no mundo do Logos, me teria visto transformado em um de vocês, vivendo sua vida, já que lá não há individualidade, não há personalidade nem Eu; ali somos todos o Cristo, ali somos todos João, ali todos somos o Buda, ali somos todos um; no mundo do Logos não existe a individualidade separada.

O Logos é Unidade Múltipla Perfeita, é uma energia que se move e palpita em todo o criado, que subjaz em todo átomo, em todo elétron, em todo próton, e se expressa vivamente através de qualquer homem que esteja devidamente preparado.

Bem, este esclarecimento teve como objetivo explicar melhor o acontecimento de Belém. Quando um homem está devidamente preparado, passa pela Iniciação Venusta - mas, esclareço, deve estar devidamente preparado - e na Iniciação Venusta consegue a encarnação do Cristo Cósmico em si mesmo, dentro de sua própria natureza.

Inutilmente teria Jesus nascido em Belém se não nascesse em nosso coração também. Inutilmente teria morrido e ressuscitado na Terra Santa, se não morre e ressuscita em nós também. Esta é a natureza do "Salvator Salvandus". O Cristo Íntimo deve salvar-nos, mas salvar-nos desde dentro, a todos nós. Aqueles que aguardam a vinda de Jesus de Nazaré para um futuro remoto estão equivocados; o Cristo deve vir agora desde dentro, a segunda vinda do Senhor é desde dentro, desde o próprio fundo da Consciência.

Por isto está escrito o que Ele disse: "Se ouvires alguém dizendo na praça pública que é Cristo, não o creiais, e se disserem "Ele está ali no Templo predicando", não o creiais". É que o Senhor não virá desta vez de fora mas de dentro, virá desde o próprio fundo de nosso coração, se nós nos prepararmos. Paulo nos esclarece dizendo: "De sua virtude tomamos todos, graça por graça". Então, está documentado; se estudarmos cuidadosamente Paulo de Tarso, veremos que raramente alude ao Cristo histórico; cada vez que Paulo de Tarso fala sobre Jesus Cristo, refere-se ao Jesus Cristo Interior, ao Jesus Cristo Íntimo que deve surgir do fundo de nosso Espírito, de nossa Alma. Enquanto um homem não O tenha encarnado, não se pode dizer que possua a Vida Eterna, só Ele pode tirar nossa Alma do Hades, só Ele pode verdadeiramente dar-nos vida, e em abundância. Assim, pois, devemos ser menos dogmáticos e aprender a pensar no Cristo Íntimo, isto seria grandioso...

Todo o simbolismo relacionado com o nascimento de Jesus é alquímico e cabalístico. Diz-se que três Reis Magos vieram adorá-lo, guiados por uma estrela; este trecho não pode ser compreendido, falando francamente, se não se for versado em alquimia, porque é alquímico. Que são essa estrela e esses Reis Magos? E eu vos digo que essa estrela não é outra coisa que o Selo de Salomão, a estrela de seis pontas, símbolo do Logos Solar. O triângulo superior representa obviamente o Enxofre, ou seja, o Fogo. E o inferior, o que representa em Alquimia? O Mercúrio, a Água; mas a que tipo de água se referem os Alquimistas? Dizem eles: "A Água Que Não Molha as Mãos, o Úmido Radical Metálico", em outras palavras, o Exiohehari.

Ele nasce no estábulo de nosso próprio corpo dentro do qual temos todos os animais do desejo, das paixões inferiores. Ele tem que crescer, desenvolver-se ascendendo pelos diversos graus até converter-se num Homem entre os homens, tomar a seu cargo todos os nossos processos mentais, volitivos, sexuais, emocionais, etc., passar por um homem comum. Mesmo sendo o Cristo um Ser tão perfeito, um Homem que não peca, ainda assim deve viver como um pecador entre pecadores, um desconhecido entre outros desconhecidos; esta é a crua realidade dos fatos.

Mas (o Cristo) vai crescendo, vai-se desenvolvendo à medida que elimina em si mesmo os elementos indesejáveis que levamos dentro. É tal sua integração conosco que lança toda a responsabilidade sobre seus ombros. Converteu-se num pecador como nós, não sendo Ele um pecador - sentindo em carne e osso as tentações, vivendo como um homem qualquer.
E assim, pouco a pouco, à medida que vai eliminando os elementos indesejáveis de nossa Psique, não como algo alheio ou estranho mas como algo próprio Dele, vai se desenvolvendo no interior de nós mesmos; isto precisamente é o maravilhoso. Se não fosse assim, seria impossível realizar a Grande Obra. É Ele quem tem de eliminar todo esse Mercúrio Seco, todo esse Enxofre venenoso, para que os Corpos Existenciais Superiores do Ser possam converter-se em veículos de Ouro Puro, Ouro da melhor qualidade.

Os Três Reis Magos que vieram adorar o Menino representam as cores da Grande Obra.
A primeira cor é o Negro, quando estamos aperfeiçoando o corpo. Isto, repito, simboliza o Corvo Negro da Morte, é a Obra de Saturno simbolizada pelo Rei Mago de cor negra; então passamos por uma morte, a morte de nossos desejos, paixões, etc., no Mundo Astral.
A seguir vem a pomba Branca, isto é, o momento em que já desintegramos todos os Eus do Mundo Astral; adquirimos então o direito de usar a túnica de linho branco, a túnica do Phtah egípcio, a túnica de Ísis; evidentemente esta cor é simbolizada pela Pomba Branca; este é ainda o segundo dos Reis, o Rei Branco.

Já bastante avançado no aperfeiçoamento do Corpo Astral, apareceria a cor Amarela, ou seja, conquistaria o direito à túnica Amarela; então aparece a Águia Amarela, o que nos recorda o terceiro dos Reis Magos, que é da raça amarela.
Finalmente, a coroação da Obra é a Púrpura. Quando um corpo, seja o Astral, o Mental ou o Causal, já se tornou de Ouro Puro, recebe a púrpura dos Reis, porque triunfou. Assim, como podem ver, os Três Reis Magos não são três indivíduos, como muitos acreditam, mas símbolos das cores fundamentais da Grande Obra, e o próprio Jesus Cristo vive dentro. Jesus em hebraico é Jeshuá; Jeshuá significa Salvador, e, como Salvador, nosso Jeshuá particular tem de nascer neste estábulo que temos dentro de nós para realizar a Grande Obra; Ele é o Magnésio Interior do Laboratório Alquimista. O grande Mestre deve surgir no fundo de nossa Alma, de nosso Espírito.

O mais duro para o Cristo Íntimo, após seu nascimento no coração do Homem, é precisamente o Drama Cósmico, sua Via-Crucis. No Evangelho as multidões aparecem pedindo a crucificação do Senhor; essas não são multidões de ontem, de um passado remoto, como se supõe, de algo que ocorreu há 1975 (ano em que este texto foi escrito) anos. Não, senhores, essas multidões estão dentro de nós mesmos, são nossos famosos "Eus"; dentro de cada pessoa moram milhares de pessoas, o "Eu do ódio", o "Eu tenho ciúmes", o "Eu sinto inveja", o "Eu da cobiça", ou seja, todos os nossos defeitos, e cada defeito é um "Eu" diferente. É claro que essas multidões que trazemos dentro de nós, que são nossos famosos "Eus", são os que gritam: "Crucifiquem-no, crucifiquem-no!".
Quanto aos Três Traidores, já sabemos que no Evangelho Crístico são Judas, Pilatos e Caifás. Quem é Judas? O Demônio do Desejo. Quem é Pilatos? O Demônio da Mente. Quem é Caifás? O Demônio da Má Vontade.

Mas é preciso esclarecer isto, para que se possa compreendê-lo melhor. Judas, o Demônio do Desejo, troca o Cristo Íntimo por trinta moedas de prata: 30 (3 - 0), 3, esta é a alusão cabalística, ou seja, troca-O pelas coisas materiais, pelo dinheiro, pela bebida, pelo luxo, pelos prazeres animais, etc.

Quanto a Pilatos, é o Demônio da Mente; este sempre "lava as mãos", nunca tem culpa, para tudo encontra uma evasiva ou justificativa, jamais se sente responsável.
Realmente, estamos sempre justificando todos os defeitos psicológicos que temos em nosso interior, jamais nos julgamos culpáveis.

Muita gente me diz: "Acredito ser uma boa pessoa; eu não mato, não roubo, sou caridoso, não sou invejoso", ou seja, são todos cheios de virtude, perfeitos, segundo eles próprios; "ignoto", é o que tenho a dizer ante tanta perfeição.

Assim, olhando as coisas como são, em seu cru realismo, esse Pilatos sempre lava as mãos, nunca se considera culpado.

Quanto a Caifás, francamente o considero o mais perverso de todos. Pensem no que representa Caifás: muitas vezes o Cristo Íntimo nomeia um Sacerdote, um Mestre ou Iniciado para que guie suas ovelhas e as apascente, lhe entrega a autoridade e o põe à frente de uma congregação, e o tal Sacerdote, Mestre, Iniciado, etc., em vez de guiar seu povo sabiamente, vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com as devotas, etc. - ou seja, trai o Cristo Interno, isto é o que faz Caifás.

É doloroso isto? É claro, é horrível, é uma traição do tipo mais sujo que há, e não há dúvida de que muitas religiões se prostituíram e muitos sacerdotes traíram o Cristo Íntimo; não me refiro a nenhuma seita em particular, mas a todas as religiões do mundo. É possível que haja grupos esotéricos dirigidos por verdadeiros Iniciados, e que estes, muitas vezes traidores, tenham traído o Cristo Íntimo.

Tudo isto é doloroso, infinitamente doloroso. Caifás é o que há de mais sujo. Estes três traidores levam o Cristo Íntimo ao suplício.

Pensem por um instante no Cristo Íntimo no mais profundo de cada um de vocês, senhor de todos os processos mentais e emocionais, lutando por salvá-los, sofrendo terrivelmente; os próprios Eus de vocês protestando contra Ele, blasfemando, pondo-lhe a coroa de espinhos, açoitando-O. Bem, esta é a crua realidade dos fatos, este é o Drama Cósmico vivido interiormente.

Finalmente, este Cristo Íntimo subiria ao Calvário, isto é óbvio, e baixa ao sepulcro, com sua morte mata a morte, isto é a última coisa que faz. Posteriormente ressuscita no Iniciado e o Iniciado ressuscita n'Ele.

Então a Grande Obra está realizada, "consummatum est". Assim têm surgido através dos séculos Mestres Ressurrectos; lembremos um Hermes Trimegisto, um Moria, grande Mestre da Força do Tibet, lembremos o Conde Cagliostro, que ainda vive, e Saint-Germain, que em 1939 visitou outra vez a Europa. Este Saint-Germain trabalhou ativamente nos séculos 17, 18 e 19 e, entretanto, continua a existir fisicamente, é um Mestre Ressurrecto.

Por que são Mestres Ressurrectos? Porque, graças ao Cristo Íntimo, obtiveram a Ressurreição. Sem o Cristo Íntimo, a Ressurreição não seria possível.

Aqueles que supõem que pelo simples fato de morrer fisicamente alguém já tem direito à Ressurreição dos Mortos são realmente dignos de compaixão; falando outra vez em estilo socrático, não apenas ignoram mas, o que é ainda pior, ignoram que ignoram.

A Ressurreição é algo pelo qual se tem de trabalhar, e trabalhar aqui e agora, e é preciso ressuscitar em carne e osso (e ao vivo). A Imortalidade deve-se consegui-la agora mesmo, pessoalmente; assim se deve considerar todo o Mistério Crístico.

Todo o Drama Cósmico é em si mesmo extraordinário, maravilhoso, e se inicia realmente com o Natal do Coração.

O que vem a seguir relacionado com o Drama, a fuga para o Egito, quando Herodes manda matar todos os meninos e Ele tem de fugir, tudo é simbólico, totalmente simbólico.
Dizem (num Evangelho Apócrifo) que Jesus, José e Maria tiveram de fugir para o Egito, tendo permanecido vários dias vivendo sob uma figueira, e que desta figueira saiu um manancial de água puríssima - é preciso saber compreender isto : esta figueira representa sempre o sexo; dizem ainda que se alimentavam do fruto desta figueira, os frutos da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. A água que corria puríssima, que saía desta figueira, é nada menos que o Mercúrio da Filosofia Secreta.

Quanto à decapitação dos inocentes, muito se tem escrito sobre isso. Nicolas Flamel deixou gravadas nas portas do cemitério de Paris cenas retratando a degola dos inocentes. Por que essa cruel degola dos inocentes? Não obstante, isto é também muito alquímico, todo Iniciado tem de passar pela decapitação.

Mas o que é que o Cristo Íntimo tem de decapitar em nós? Simplesmente deve degolar o Ego, o Eu, o Si Mesmo, e o sangue que emana da decapitação é o Fogo, é o Fogo Sagrado pelo qual o Iniciado tem de purificar-se, limpar-se, branquear-se; tudo isso é profundamente esotérico, nada pode ser tomado "ao pé da letra".

A seguir vêm os feitos milagrosos do grande Mestre. Caminhava sobre as águas, [como] sobre as Águas da Vida tem de caminhar o Cristo Íntimo. Abrir a visão dos que não veem, predicando a palavra para que vejam a luz; abrir os ouvidos dos que não querem ouvir, para que escutem a palavra.

Quando o Senhor já cresceu no Iniciado, tem de tomar a palavra e explicar a outros o que é o caminho, limpar os leprosos; não há ninguém que não esteja leproso, essa lepra é o Eu pluralizado, essa é a epidemia que todos levam dentro de si, a lepra da qual devemos ser limpos.

Os que estão paralíticos não caminham ainda pela Senda da Auto-Realização, o Filho do Homem deve curar os paralíticos para que andem rumo à montanha do Ser.

Há que compreender tudo isto de forma mais íntima, mais profunda; isto não corresponde a um passado remoto, é para ser vivido dentro de nós mesmos aqui e agora.

Se começamos a amadurecer um pouquinho, saberemos apreciar melhor a mensagem que o Grande Kabir Jesus trouxe à Terra.

Em todo caso, precisamos passar por Três Purificações, à base de ferro e fogo - este é o significado dos Três Cravos da Cruz. E a palavra INRI diz muito. Já sabemos que INRI esotericamente é o Fogo; necessitamos passar pelas Três Purificações à base de ferro e fogo antes de conseguir a Ressurreição, do contrário seria impossível lográ-la.

Aquele que ressuscita se transforma radicalmente, se converte num Deus-Homem, é um Hierofante da estatura de um Hermes, um Quetzalcoatl ou um Buda.

Mas é necessário fazer a Grande Obra. Realmente, não se poderia entender os quatro Evangelhos se não se estudasse Alquimia e Cabala, porque [os Evangelhos] são alquimistas e cabalistas, isto é óbvio.

Os judeus tinham três livros sagrados. O primeiro é o corpo da doutrina, a Bíblia. O segundo é a alma da doutrina, o Talmud, no qual está a alma nacional judaica. E o terceiro é o espírito da doutrina, o Zohar, onde está toda a Cabala dos rabinos.

A Bíblia, o corpo da doutrina, está escrita sob chave. Se queremos estudar a Bíblia "compaginando versículos", procedemos de forma ignorante, empírica e absurda.

Prova disto é que todas as seitas mortas que, até a época atual, se nutriram da Bíblia interpretada de forma empírica, não puderam entrar em acordo. Se existem milhares de seitas baseadas na Bíblia, quer dizer que nenhuma delas a compreendeu.

As chaves para a interpretação estão no Zohar, escrito por Simeon Ben Iochai, o grande rabino iluminado. Aí encontramos as chaves para interpretar a Bíblia. Então, é necessário "abrir" o Zohar.

Se queremos saber algo sobre o Cristo, sobre o Filho do Homem, devemos estudar a Árvore da Vida..."


V.M. Samael Aun Weor

O CERTO E O ERRADO

em 15 de dezembro de 2019

(Gnose para Poucos: Geração B)


O CERTO E O ERRADO



“Sejam vigilantes, seu adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.”

(1 Pedro 5:8)

Nos tempos do Fim, o certo e o errado se misturam e ao mesmo tempo se contrapõem. Se o certo vem da Luz e o errado vem da sua antítese (a sombra), não há como confundi-los, pois os mesmos buscam objetivos distintos. Precisamos aprender a diferenciar isto, para não sermos tragados por falsos valores e modismos provenientes de uma sociedade caduca e degenerada.

Dentro de cada um de nós temos uma partícula do ser ligado ao juízo interno (Kaon íntimo). Se nos desenvolvemos dentro do trabalho psicológico podemos perceber quando nossa consciência nos acusa de estarmos agindo de forma equivocada. Se estamos agindo certo ou errado, se alimentamos a nossa essência ou os defeitos, etc. Toda a ação gera uma reação. Muitas vezes nossas atitudes já são manifestações reativas frente a uma situação que enfrentamos ou pelo o qual o próprio país ou as nações enfrentam. Por trás de cada doutrina, partido, instituição, há um objetivo, um conceito. Há que se perceber a que fim buscam todas estas instituições ou filosofias: muitas visam apenas o materialismo, outras o mentalismo, algumas defenderão o liberalismo de valores morais, etc.

Quando se fala na política a maioria dos partidos apenas se preocupa na perpetuação do poder e na criação de mecanismos que mantenham o restante da sociedade sob controle. Dificilmente visam a real solução dos problemas de um país e ao mesmo tempo não criam mecanismos que se evite que um partido ou pessoas acabem tirando proveito pessoal de tudo isto. Uma instituição/filosofia que não vise à liberação da consciência e a autorealização íntima do Ser por si só já está equivocada , porque o primeiro objetivo do Ser humano deve ser a sua autorealização íntima, depois vem a organização da sociedade (a fim de suprir as necessidade básicas de cada cidadão), bem como o desenvolvimento de suas habilidades profissionais, intelectuais, artísticas, etc. Sabe-se disto porque outras humanidades planetárias já o assim conseguiram.

Tanto na TV como nas mídias sociais se propagam muitos conceitos falsos do que é o certo para uma sociedade. Isto está nos jornais, nas propagandas, nos filmes, nas fake news. Os verdadeiros valores da consciência vão se descobrindo a medida que trabalhamos sobre si, porque vão além de conceitos meramente morais: são formas de como agir e atuar corretamente perante as diferentes situações do dia, de modo a não nos identificarmos com o apelo que existe ao errado, que insiste em se passar por certo (e hoje andam querendo passar a idéia também de que o certo é algo errado). Para que estes falsos conceitos sejam aceitos há em tudo uma boa dose de perfume, uma falsa mística, a música de fundo, etc. De que se chegarmos a determinado grau material conquistamos a nossa liberdade, etc.

Muita atenção também a esta questão das falsas Gnoses: falsos mestres não podem se passar por mestres autênticos ou quererem de alguma forma representar aqui aos verdadeiros mestres. Há uma grande deturpação em tudo isto e o estudante gnóstico precisa dar o choque consciente a si mesmo para sair de sua treva interior em relação a todos estes aspectos.

Quando vamos trabalhando dentro do certo percebemos o resultado no equilíbrio dos centros e no despertar da nossa consciência. Quando atuamos de forma equivocada ocorre o oposto ou no mínimo poderemos ser enganados por entidades negativas no interno, crendo que estamos despertando. O certo e o errado nunca devem se confundir. Internamente esta divisão já ocorreu há alguns anos e agora precisamos nos definir se vamos lutar pelo desenvolvimento de nossa consciência ou se seremos tragados pelos exageros de nossos defeitos, que a qualquer custo querem nos consumir (e aí se vai a oportunidade da essência pela sua liberação...).

Paz Inverencial!

FAZE TEU DEVER! / FAZE QUE TUA LUZ BRILHE!

em 10 de dezembro de 2019

Gnose para Poucos (A Nota Síntese)


FAZE TEU DEVER! / FAZE QUE TUA LUZ BRILHE!


"Não é demais enfatizar a idéia transcendental de que existem dois Mandamentos a mais no esoterismo mosaico. Quero referir-me aos Mandamentos onze e doze, intimamente relacionados com os Arcanos 11 e 12 da Cabala. O primeiro destes - ou seja, o undécimo - tem sua clássica expressão no sânscrito Dharma Chara: "Faze teu dever!" Recorda, irmão leitor, que tu tens o dever de buscar o caminho doloroso, estreito e difícil que conduz à luz. O Arcano 11 do Tarot ilumina este dever. A força maravilhosa que pode dominar e sujeitar os leões da adversidade é essencialmente espiritual. Por esta razão representado por uma bela mulher que, sem esforço aparente, abre com suas mãos deliciosas as fauces terríveis de Leo, o puma espantoso, o leão furioso. Com o undécimo se relaciona e se entrelaça o duodécimo Mandamento da lei de Deus, ilustrado pelo Arcano 12: "Faze que tua luz brilhe!" Para que a Luz, que constitui a Essência engarrafada dentro do eu, possa realmente brilhar e resplandecer, deve liberar-se e isto só é possível mediante a Aniquilação Budista, dissolvendo o ego. Necessitamos morrer de instante em instante, de momento em momento; só com a morte do ego advém o novo. Assim como a vida representa um processo de gradual e sempre mais completa exteriorização, ou extroversão, igualmente a morte do eu é um processo de interiorização gradativa, no qual a Consciência individual, a Essência, se despoja, lentamente, de suas inúteis vestimentas - como Istar em seu simbólico descenso - até ficar inteiramente desnuda em si mesma, ante a grande realidade da vida livre em seu movimento." 

O Mistério do Áureo Florescer - Samael Aun Weor

LUTA, LUTA, LUTA...

(Gnose para Poucos: Antigos)



LUTA, LUTA, LUTA...


“Os Senhores do Karma entregaram−me uma enorme e pesada cruz cheia de espinhos para que crucificasse Javé com a cabeça para baixo e os pés para cima, pois ele crucificou o Cristo, e agora o Karma entrará em ação.

E OBEDECI E O COLOQUEI NA CRUZ COM A CABEÇA PARA BAIXO E OS PÉS PARA CIMA.

E assim cumpriram−se os versículos 2 e 3 do Apocalipse, capítulo 20, que dizem: “E prendeu o Dragão, aquela Serpente Antiga, que é o Demônio e Satanás, e atou−o por mil anos. E o arremessei ao Abismo, e fechou−se o selo sobre ele para que não engane mais as nações até que mil anos sejam cumpridos. E depois disto, é necessário que seja desatado um pouco de tempo”.” (Samael Aun Weor)

1) O Céu...

2) Procura-o; persiga-o!

3) A Luz...

4) Admira-a; exalta-a!

5) O Tempo...

6) Lute contra ele; não jogue o seu jogo

7) A Sombra...

8) Não tem força, se aprendemos a aplicar a força oposta

(transformação das impressões)

9) O Céu... (está dentro de seu coração)

10) A Luz... (também está em seu coração)

11) O Tempo não existe quando a consciência está desperta

12) A Sombra quer sempre nos tentar...

13) Mas afinal, ainda não conhecemos os seus mecanismos?

14) A Meditação é a porta para o Céu

15) O Desdobramento nos põe em contato com a Luz...

16) Com a Morte Psicológica aprendemos a lutar contra a Sombra

17) O Tempo desaparece quando nos colocamos em um trabalho contínuo...

18) Ouça a voz que vem dos Céus

19) As Estrelas querem nos ajudar!

20) E o coração pode sim criar esta conexão...

(Sejamos persistentes)

21) Lutemos contra nossos fanatismos e intelectualismos

(Isto nos impede de ver a Luz)

22) Hierarquias no interno atuam conscientemente para despertar os estudantes

23) Referimo-nos as hierarquias do raio de Saturno...

24) Porque na Gnose tudo marcha dentro de uma Ordem

25) E quanto toca a alguém atuar pela real Gnose, este alguém (se há consciência) atua...

26) Isto está dentro do plano da consciência cósmica

27) Não ignoremos os movimentos que vem dos Céus...

28) Pois todos seremos testemunhas do Apocalipse

29) As coisas mudam. Por isso o mestre Rabolu implantou a Tarefa...

(E depois ele ainda retorna, junto com o V.M. Samael)

30) Estejamos, pois, nos preparando diariamente

31) O Tempo (mal utilizado) não perdoa...

32) Busquemos os Céus; busquemos a Luz!

33) Busquemos as Estrelas (sempre)

34) Afastemos-nos das Sombras...

35) Luz, mais Luz!

“(...) – De todas essas sementezinhas – um me contestou – de todas essas sementes que estás transplantando, pondo-as em partes visíveis, para vigiar, pode germinar alguma. Ponha-lhe muito cuidado! Pode germinar uma, e com esta tu entras no reino dos céus!

Observem vocês. Uma resposta completamente sábia. Então, que estou fazendo eu? Esse esforço que faço é por minha liberação. Se eu não faço esforços, não surgirá nenhum. Então, se não surge essa pessoa, como vou entrar no reino dos céus? Como chego à liberação? Como posso ganhar o Absoluto? Não posso! Porque eu tenho que deixar alguém no caminho. Então, isso é o que estamos fazendo agora, para ver o que podemos resgatar.

Ainda que seja um!

Imaginem vocês como nós nos vemos lá. Terrível, desmoralizador para nós. Horrível! A gente se desmoraliza. Eu vivi uns quantos dias desmoralizado francamente, que já, não me dava vontade para nada.

Disse:

– Bem, já esta faina, que se acabe! Já! A moral me foi abaixo. Sim, é que se fica assim: "mãos para cima", hem? A mim nunca, em todo o trajeto do caminho que percorri, não se me havia baixado tanto a moral como nesse dia, porque eu fiquei foi em zero! Em zero!!!

E a prova está que antes de desencarnar o Mestre, estava eu trabalhando na Ilha do Êxodo, que fica pelo sul. Eu estava aí, quando chegou o Mestre. Então, depois que nos saudamos, fez com as mãos assim, e disse:

– Pega e enterra estas sementezinhas.

Umas quatro ou cinco sementes. Semeei-as. Começaram a germinar, para ver se uma dessas dá um fruto. Para ver. E essa é a mesma resposta que me deu o juiz da lei nessa noite. Para ver se alguma dessas podia dar um fruto. Dessas sementes, quer dizer.

Por isso é que eu não me faço ilusões do Movimento Gnóstico, um gigante. Não, homem! Um que surja de toda a humanidade, com esse me dou por bem servido. Com um! Porque, até agora não há nada. Até agora não há nada!

Esperamos para ver, e por isso se implantam disciplinas, para ver, obrigando as pessoas, quase que a obrigá-las para que trabalhem, para ver. Porque eu, tudo o que faço é revolucionário, para convidar as pessoas a que trabalhem. Obrigá-las, quase, a que tenham que trabalhar, para ver se algum dá fruto.”  (V.M. Rabolu)

36) Paz Inverencial!

AUTO-OBSERVAÇÃO, MORTE EM MARCHA, RECORDAÇÃO DE SI... POR ONDE COMEÇAR?

(Gnose para Poucos: Geração B)


AUTO-OBSERVAÇÃO, MORTE EM MARCHA, RECORDAÇÃO DE SI... POR ONDE COMEÇAR?


Com certeza devemos começar pela Recordação de Si Mesmo. Acima das imperfeições que nossos Eus nos colocam ao se manifestarem, antes de tudo somos Essência, partícula de nossa Mônada Divinal, que um dia saiu do Absoluto. Normalmente estamos tão identificados com os processos internos ou externos que estamos passando que esquecemos que somos parte deste divinal, que nossas partes Superiores velam por nós, que querem nos auxiliar neste trabalho. Vivemos tão identificados com certos defeitos que nos sentimos os próprios, quando na verdade eles são um saco (de Eus) que carregamos o tempo todo e, em determinado momento, um deles luta por controlar a máquina humana.


Então, o primeiro choque consciente que se dá no trabalho interno é o da Recordação de Si Mesmo. Lembrarmos de que não somos estas imperfeições que se manifestam em determinado momento. Que na verdade, somos algo muito superior a isto. É esta recordação de sim mesmo que vai nos permitir que a Essência fique ativa, de maneira que não permita que nossa consciência adormeça ou fique hipnotizada. É comum o estudante querer fazer uma divisão em processo externo e interno. Na verdade tanto podemos nos identificar com o exterior (pessoas, coisas) ou com o interior (preocupações, projeções dos Eus). O certo é que nunca devemos fazer uma separação destes processos. Isto é, devemos nos sentir um todo no que estamos vivenciando, mas sem nos identificar com os mesmos. A Essência (em ação) nos coloca de forma consciente no que estamos fazendo, seja na atividade externa, que pode estar utilizando determinado centro da máquina humana, como na atividade interna, onde passamos a utilizar o sentido da auto-observação para observar como atuam os defeitos em dado momento. Agora, para que ocorra este sentido da Auto-observação, se necessita que haja um desdobramento em dois, a nível interno (psicológico), que é o Observador (essência) e o Observado (defeitos). Finalmente, defeito descoberto pelo sentido da Auto-observação se faz então o pedido a nossa Mãe Divina que elimine aquele detalhe, no momento em que se manifesta. Então, não deve haver uma divisão, nossa consciência tem capacidade de acompanhar o dentro e fora. Lembremos: nós somos Seres Espirituais, nossos defeitos são os que ofuscam a Luz em dado momento. De forma auxiliar ainda, a consciência utiliza a nossa mente como elemento de concentração na atividade em que se realiza naquele instante.

Toda esta luta contra nossos defeitos por vezes pode nos deixar agitados, muitas vezes até por empreender um esforço desproporcional ao necessário (até por falta de compreensão total do processo em que estamos passando relacionado aos mesmos). Para isto, como forma de equilibrar esta revolução em marcha, entram as práticas místicas, tais como a meditação. A meditação nos coloca em contato com nosso coração e também com as partes internas. A meditação permite serenar a nossa mente e desta forma chispas de compreensão em relação aos processos em que passamos podem surgir, permitindo que atuemos com mais equilíbrio na parte revolucionária. Assim, dando passos seguros no trabalho, caminhamos gradualmente rumo ao despertar definitivo de nossa Consciência.

Paz Inverencial!


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