(Gnose para Poucos: A Nota Síntese)
OS PODERES DO CORAÇÃO
"Inquestionavelmente, existem os poderes do coração, aquelas qualidades que estão muito além do intelecto e do seu processo meramente raciocinativo, a respeito dos quais nada sabe nem conhece a razão subjetiva sensualista.
Na sagrada terra dos Vedas, existe um velho manuscrito que diz o seguinte: Aquele que meditar no centro do coração conseguirá controle sobre o tatwa Vayu - o princípio etérico do ar - e conseguirá também os siddhis – os poderes dos santos.
Chega-me à memória nestes momentos o caso de José de Cuppertino. Dizem que ele se alçou aos ares por setenta vezes e que este feito mágico, acontecido lá por 1650, foi o motivo pelo qual foi canonizado. É indubitável que tinha desenvolvido o centro do coração. Quando um cardeal o interrogou: Bom, por que no momento em que você vai se elevar, estando em oração, solta um clamor? Ele respondeu: A pólvora quando se inflama no arcabuz estoura com grande ruído, a mesma coisa sucede no coração inflamado pelo Divino Amor.
De maneira que, de forma prática, José de Cuppertino deu a chave dos estados Jinas. O coração é que tem de se desenvolver para se poder conseguir os estados Jinas.
A extraordinária Santa Cristina levitava constantemente. Já morta - julgava-se que estivesse morta – iam-na enterrar quando de repente, de dentro do ataúde, levantou-se e flutuou até o campanário da igreja.
Poderíamos seguir narrando inumeráveis casos... Por certo o de Francisco de Assis! O bom irmão que dele cuidava lhe trazia comida e o monge estava em levitação, em oração, flutuando na atmosfera. Havia vezes que o bom irmão não o alcançava para dar-lhe os alimentos porque estava longe, muito alto. Às vezes, Francisco de Assis subia tanto que se perdia acima das árvores que havia ali por perto.
Todos esses místicos tinham desenvolvido o centro do coração. Sem se desenvolver este centro, não se pode adquirir destreza nos estados Jinas.
Comumente, quem desenvolveu o intelecto sofre muito para conseguir os estados Jinas porque, se desenvolveu o intelecto, foi às custas das forças do coração. Sugando-se as forças do cárdias, perde-se os poderes do cárdias. Melhor dito: troca os poderes do cárdias pelo intelecto.
Melhor seria não ser intelectual e ter os poderes do cárdias, não é verdade? Porém, os instrutores não devem se preocupar com isto. O coração pode se desenvolver novamente, cultivando-se a emoção superior: a música avançada dos grandes mestres, a meditação, etc. Tornando-nos mais místicos, mais profundamente devotos, vamos desenvolvendo novamente o coração. Isto é muito interessante!"
Samael Aun Weor