(Gnose para Poucos: Antigos)
IMAGINAÇÃO: UMA ALIADA DA CONCENTRAÇÃO
Muitos estudantes têm dificuldades nas práticas da noite ou madrugada, pois justo nesta hora (sagrada aos gnósticos) são atacados por suas mentes, que insistem em desfilar os problemas e preocupações cotidianos, nos desviando completamente dos objetivos das práticas.
Um guerreiro se prova é no combate. E não é só na eliminação dos defeitos que precisamos aprender a guerrear, precisamos aprender a domar a nossa mente no diário viver e também no momento em que vamos desenvolver práticas objetivas em relação ao despertar da consciência, tais como a meditação e o desdobramento astral.
Particularmente interessante, quando estamos sendo atacados pela mente, é utilizarmos uma prática de imaginação. Penso até que não é à toa aquela questão de se contar carneiros que se via nos desenhos ou nas histórias em quadrinhos, pois ali a pessoa se colocava a imaginar os carneiros saltando e mantinha a sua atenção nisto, se desviando dos problemas que lhe estavam provocando a insônia e por fim atraia o próprio sono...
Os mestres sempre comentaram que imaginar é ver: precisamos desenvolver o processo imaginativo, como algo real e palpável dentro de nós mesmos, assim conseguiremos manter a concentração em algo que nos interessa. O mestre Samael nos deu o exemplo da prática da Deusa Kakini, imaginando os detalhes dos bosques profundos da natureza. O mestre Rabolu nos ensinou a prática de imaginarmos o nosso coração, como ele é, como funciona, etc. Também temos outra prática do V.M. Samael, da imaginação no nascer e morrer das coisas, utilizando o processo da rosa, por exemplo. Particularmente me agrada usar aspectos imaginativos ligados a fenômenos da natureza, seja imaginando diferentes flores que já conheço, plantas, animais, barulhos de córregos, cachoeiras, do mar, etc.
Vamos utilizar um elemento abstrato aqui, porque cada estudante para esta prática precisa trabalhar com elementos que tenha algum conhecimento e consiga visualizar sua forma, cor, som, odor, etc. O importante desta prática é não deixarmos que o processo da fantasia nos desviar da mesma. Por exemplo, se estamos imaginando uma flor que conhecemos, o foco é esta flor, seu formato, aspecto, etc. Não vamos associar de onde foi que conhecemos esta flor, que foi em tal evento e que, naquele dia, ocorreu um incidente neste local e assim por diante, porque assim estamos sendo traídos por nossa própria mente, com suas distrações. Inclusive assim podemos voltar a sentir o sabor psicológico de certos defeitos associados a tal fato. Mas seguindo nosso exemplo aleatório, vamos imaginar por exemplo o mar: o que precisamos desenvolver no processo imaginativo? Digamos que quase tudo, porque certamente o que escolhermos teremos de ter boas lembranças e vivências acerca do assunto ou objeto elegido. Como já dissemos, "imaginar é ver", vamos aprender a desenvolver esta prática como se estivéssemos neste momento em contato com este objeto ou cena. Imaginemos o mar, ele tem diversas tonalidades dependendo da luz do dia, suas ondas podem estar revoltas ou ser um mar calmo. O barulho do mar ou de suas ondas batendo na praia é algo muito característico, inclusive com efeito calmante (assim como o barulho dos córregos). Podemos ficar mirando estas ondas se desenrolando na praia (fazendo aquela espuma). Podemos imaginar também este processo das ondas ocorrendo a noite, sob um céu estrelado. Ou que este mar em questão está cercando uma ilha... Se vamos explorar o mar vamos perceber a transparência de uma água limpa, pode se ver os pés caminhando sob as águas, peixes que circulam a volta, águas-vivas, estrelas do mar, ouriços, corais, pedras, etc... A imaginação deve ser muito profunda e nos utilizamos de elemento que geralmente já conhecemos, pois isto facilita a concentração. Pode ser que o mar esteja mexido, com aquelas algas sobre a superfície e assim por diante. O que se ocorre neste processo é que conseguimos entrar na profundidade da prática, mantendo a concentração no processo imaginativo e literalmente esquecemos dos problemas que assolavam a nossa mente. Isto é semelhante à concentração que utilizamos ao ler esta descrição desta prática neste momento, nos colocamos aqui para algo que nos interessava e não nos dispersamos com o resto ao nosso redor.
Bom, isto foi só um exemplo. Estas práticas de imaginação com elementos da natureza nos aproximam dela e do próprio planeta. Mas se quisermos, podemos usar qualquer tipo de elemento para a imaginação, desde que tenhamos informações suficientes para aprofundar o processo imaginativo e não deixemos o processo da fantasia nos tirar da prática. A profundidade que vamos dando numa prática vai permitindo nos aproximar das partes internas, nos colocam em contato com os centros superiores e assim vamos nos aproximando também da Real Gnose nos mundo internos. São disciplinas que vamos implantando e nos auxiliam no difícil trilhar do despertar da consciência, onde com certeza tudo o que se ganha é com muito esforço, nada nos é dado de graça...
Paz Inverencial!
Muito profundo e importante o texto, inclusive o arquétipo da estrela do mar é um chamado ao despertar, nos faz lembrar um aspirante perdido e em busca ao conhecimento lutando no oceano da vida. Obrigado.
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